terça-feira, 5 de julho de 2016

Call Of Duty na Roma antiga


Oito anos atrás, nós quase tivemos um Call Of Duty baseado na Roma antiga. Um jogo com elefantes de batalha atropelando soldados, um Júlio César jogável em primeira pessoa com espadas. Activision gostava da ideia, o DEMO de Call Of Duty: Roman Wars impressionou e chegou até a mesa do CEO Bobby Kotick antes que tudo viesse abaixo e o jogo ficasse perdido na história.



Nos meados de 2008, Activision começou a procurar ideais para um novo COD, planejando expandir a série, já que estava tendo muito sucesso. Uma dessas ideias era um tanto diferente chamado Roman Wars (Guerras Romanas), que teria seguido um soldado da Décima Legião de Júlio César, que era mais ou menos as Forças Especiais da época.


Numa recente entrevista com o pessoal da GamesRadar, uma das pessoas envolvidas no desenvolvimento do game, que preferiu ser chamada de Polemus (espírito da guerra e luta), explicou que o protótipo veio da Vicarius Visions, um estúdio que a Activision havia comprado em 2005, responsável pela série Skylanders desde 2010.

Mas na época, Vicarious Visions estava trabalhando em Marvel Ultimate Alliance 2, um RPG de super heróis visto de cima e serviu de base inicial para o desenvolvimento de Roman Wars. "Fomos pedidos para fazer alguns protótipos de Call Of Duty, então tinhamos uma equipe inteira trabalhando num protótipo chamado Fireteam," explica Polemus. "Era basicamente um novo Call Of Duty mas com a camera vista de cima de marvel Ultimate Alliance 2".

Como Polemus explica, o sucesso da série pedia que a Activision fizesse algo mais experimental, com o intuito de expandir a série para um novo nível. “Qualquer coisa que lançássemos com o nome Call Of Duty, qualquer coisa que mostrássemos, estava vendendo bem, então [Actrivision] deu algumas oportunidades a alguns estúdios para testarem suas capacidades na franquia, e quem tivesse a melhor ideia, ganharia o IP".


A DEMO começava com uma curta cena de cavalaria com um discurço de Júlio César, com o jogador controlando um personagem chamado Titus Pullo. “Basicamente o objetivo daquela missão era matar os arqueiros", diz  Polemus, mas explica que na verdade haviam 3 maneiras de conseguir isso, mostrando as diferentes mecânicas do jogo. “Você vai para as catapultas e solta elas para eliminar alguns deles, você poderia subir uma torre de defesa ou montar num elefante de guerra, a parte preferia de todos!"

Polemus descreve o elefante como sendo o tanque do jogo. "Você monta nele e se tiver algum inimigo ele pode atropelar eles. Além disso você pode ter uma perspectiva melhor e tem alguma proteção por ter um assento um pouco elevado que te protegiae podia te esconder".


A segunda parte do protótipo envolvia uma demonstração menor para mostrar os diferentes cenários e a visão em primeira-pessoa. "Nós mostramos um pequeno protótipo de outra batalha que estava aconteceria no Coliseu, no estilo de Gladiador"clarifica Polemus. "Era muito lindo e era somente uma prévia de uma outra missão, somente para mostrar a direção  que queríamos ir, e também a arte".


O plano para o jogo completo envolveria uma variedade de perspectivas e personagens, diz Polemus. “Você jogaria com um líder centurião, você jogaria com um soldado e até com Júlio César, então seria até comandante". O enredo seria baseado em ‘Commentarii de Bello Gallico’, também conhecido como Comentários Sobre a Guerra Gálica, as batalhas do próprio Júlio César (o nome do personagem principal Titus Pullo foi tirado dessas batalhas).

“Você lutaria contra os alemães e tribos germânicas e realmente ser fiel à história de Júlio César e suas conquistas durante a Guerra Gálica,” explica. “Você iria experimentar um pouco dos oficuais, como dos soldados até César e ter um pouco de variedade em todas essas pequenas batalhas, então você jogaria como um arqueiro aqui, um cavaleiro ali. E seria tudo fiel à franquia Call Of Duty no sentido que mesmo mudando de perspectiva você sentiria a batalha ocorrida na época”.


Mas, infelizmente, o jogo nunca saiu dos protótipos. “Eles mandaram pra Activision, para Bobby Kotick, e eles quiseram ouvir um pouco mais sobre o contexto,” Polemus disse. Mas ao mesmo tempo que foi bem recebido havia alguma incerteza sobre usar o nome Call Of Duty. “Eu na época estava sendo mais ou menos... Eu estava sendo meio duro nessa área," admite. "Eu mesmo adorava Call Of Duty então eu pensava ‘eu quero que eles mantenham no mesmo nível dos outros Call Of Duty,’ e eles disseram, ‘isso não vai rolar com a Activision  – eles já esão olhando uma outra versão e eles não querem saturar o mercado’”.

Ironicamente, mesmo que Roman Wars não tenha acontecido, ele teria concorrência se tivesse tido sucesso. “Teria começado a se alinha com o Xbox One dependendo do resultado e do tempo de desenvolvimento,” aponta Polemus. “E, estranhamente, um dos títulos de lançamento do Xbox One foi Ryse  – o jogo de guerras romanas, o que é louco!” Esse foi um momento de ‘eu te disse’ para Polemus. “Quando vimos isso nós pensamos ‘Viu! A gente sabia!’” Mas na época a Activision não estava convencida. “Você tinha Ghost Recon Advanced Warfighter, você tinha todas essas coisas futurísticas - especialmente com Halo e todos esses atiradores ainda mais futurísticos -  eles não sabiam se iria ressoar tão forte, mas daí então um dos títulos de lançamento era um jogo de guerra da Roma antiga. Eu acho que se Call Of Duty tivesse feito isso, e com as mecânicas que estávamos planejando e com aquela engine, aquele título seria muito maior e muito melhor recebido”.

Você acha que a Activision deveria ter autorizado este jogo? Você jogaria? Deixe seu comentário aqui embaixo.

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